Estavam deitados, lado a lado.
Frente a frente.
Olhavam um nos olhos do outro.
Ela estava absolutamente linda.
Mais um daqueles acasos estranhos da vida, um daqueles momentos estranhos e inesquecíveis.
Ainda nem haviam se beijado...
Seus rostos estavam mais próximos do que nunca.
Ele a abraçou.
Prestou atenção, para ver se ouvia algum som naquela casa silenciosa.
Passos, o ranger de uma cama.
Nada.
Ele podia sentir sua respiração, o ar passava levemente por sua boca.
Apenas cinco centímetros.
Pareciam maiores que quilômetros.
Parecia uma distância intransponível.
Pensou nas implicações do que estava para fazer.
Poderiam ser realmente graves.
Mandou a preocupação para o inferno, e a beijou.
Primeiro, levemente.
Não mais que um roçar de lábios.
Depois, um beijo verdadeiro, que havia sido contido por tanto tempo...
A noite parecia tão curta, assim como a vida, e deveriam se aproveitados.
Aquela sensação de êxtase.
De estar fazendo algo que havia sido proibido.
E como ela estava linda...
Foi como um pouco de colorido surgindo novamente, no meio daquela vidinha monocromática que ele levava.
Um pouco de risos e desejo.
Talvez um pouco de frescor, de juventude, surgindo na vida de alguém que parecia envelhecer antes do tempo.
A sensação maravilhosa de guardar um segredo a dois...
De se arriscar, de dar pequenos sinais para as pessoas, pistas que nunca conseguiriam seguir, que poderiam levá-las ao que aconteceu.
De deixar algo nas entrelinhas, que só o outro entenderá.
De saber que fez uma loucura completa, se arriscou, que fez, depois de tanto tempo, algo que o assustava.
De saber que aquilo era algo de que sempre se lembraria.E que tinha, novamente, uma lembrança para alegrá-lo.
E ele sabia que sentiria saudades daqueles momentos, mas também sabia que eles não teria tido seu encanto se não tivessem sido tão efêmeros.
You know I did It, It’s over and I feel fine
Nothing you can say is gonna change my mind
Played It, I waited the longest night
Nothing like the taste of the sweet decline.
(DOA – Foo Fighters)
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário