sábado, 20 de setembro de 2008

Da série: Astrofísica numa hora dessas?

Esses dias mesmo.
Fui na banca comprar uma Superinteressante. Era um domingo de manhã, daqueles bem típicos e preguiçosos, nos quais tudo parece acontecer mais devagar.
Encontrei um sujeito que não via há um longo tempo. Ainda é um grande amigo, mas, Deus, há quanto tempo não falava com o cidadão...
Conversamos um pouco sobre comos os grupos acabam se separando.
Parei pra pensar um pouco sobre como a vida é feita de fases.
Ah, naquela época eu namorava com tal fulana, andava com aquela turma, naquela época tinha aquele determinado hábito.
Mudamos nosso modo de agir, mudamos nossa aparência.
Temos um duplo prazer. O primeiro é achar que estamos lindos e irresistíveis, com nossas belas roupas e nosso moderníssimo corte de cabelo, o segundo é olhar as mesmas fotos daqui a alguns anos e rir.
Como eu tinha coragen de sair na rua assim?
Nos lembramos de coisas simples, de matar uma aula na casa de alguém, uma piada interna.
Uma música ruim que traz boas lembranças, como alguém que gosto muito me disse hoje.
As coisas simplesmente vão passando.
Uma daqueles amigos está fazendo faculdade, um trabalha, um se mudou. Nada mais é do jeito que era. As pesosas se interessam por novas coisas, seguem novos caminhos, mudam sua cabeça e pronto.
Foi-se a mágica do momento, devagar e sutilmente, de modo a acabar nem fazendo tanta falta assim.
Um mês e uma situação totalmente nova.
O que já me pareceu imprescindível, hoje é desnecessário.
Aquela amizade que era quase irmandade, o amor da uma vida que durou alguns meses, tudo passou e eu fiquei.
Em boa companhia, normalmente.
Tenho uma sorte incrível com pessoas.
Por mais que elas passem, sempre estou cercado de pessoas incomuns.
É o que me consola.
Já me queixei muito do passado, já falei dele com saudade, tristeza e raiva.
Agora me sinto em paz comigo mesmo.
Esse ciclo que se inicia parece estar começando bem.
Parece que me resolvi comigo mesmo, pelo menos nessa semana.
Andando sozinho num lugar lotado, percebi que, por mais que tudo mude, sou muito apegado mesmo a mim. Amo meus gostos, minhas frases, meus livros e cds.
Amo minhas coisas e minhas opiniões, e minhas lembranças.
Por mais que os astrofísicos digam o contrário, o centro do universo sou eu.
Digo isso da maneira menos egocêntrica possível.
Sou o centro de um universo em constante mudança e expansão, e as mudanças estão vindo, novas cosias nunca antes vistas estão chegando.
Mas deixa pra lá.
A reflexão já chegou na astrofísica.
E está tarde.

Boa noite.

3 comentários:

gabi disse...

Você me disse que estava dificil escrever... que esteja dificil sempre, adorei e fiquei até com vontade de copiar! hahahaha

carinagabriele disse...

Adorei (de novo)!
E, realmente, 'as coisas simplesmente vão passando'.
É inevitável. E o mais engraçado disso tudo é que não percebemos o decorrer da mudança, só quando ela chega ao seu ponto 'final'. Acabamos nos surpreendendo assim.. ou com o passado, ou com o que nos tornamos e não esperávamos.
E fico feliz por vc estar te aceitando e gostando de ser quem tu és ;)
Eu tbm amo ser quem eu sou! E isso é muito bom!
Aliás, é incrível como me identifico com os seus textos. Até as nossas mudanças parecem que acontecem juntas..

Beijo grande.

Karina disse...

O melhor de conhecer o Fernando é que seu incomum, além de admirável (depois de um tempo, se torna necessário), é inesquecível. Pode ser que daqui uns 10 anos, eu vá numa banca com o intuito de comprar a boa e velha 'Veja', mas se eu ver a última 'Rolling Stones', eu vou me lembrar (e sou convicta disso!) do peculiar estilo de ser do Fernando. E vou acabar comprando ela.
É, Fer, suas palavras são ARTE - na melhor forma de demonstração.