terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Bittersweet.

Ele olhou para aquele rosto, tentando registrar cada detalhe, pra que não o perdesse.
Gostaria de poder transformar seus olhos em lentes fotográficas, naquele momento.
Queria poder guardar aquele momento, e voltar a ele sempre que tivesse chance.
Há uma palavra em inglês, daquela lista de palavras que fazem falta no português. Bittersweet.
Algo que é bom e ruim, ao mesmo tempo.
Sabia que tudo estava ttomando o rumo certo, mas nada continuaria a ser do jeito que era, nunca mais.
Dada daqui se repetiria e o mais próximo que poderia chegar de tudo eram suas lembranças.
Mas elas eram vagas demais, e os detalhes certamente iriam ambora com o tempo.
Mas, ah, a coisa certa tinha sido feita, e tudo estava se encaminhando bem.
Da melhor maneira possível.
Tudo havia sido bom, e valido a pena.





(Texto antigo, revisto e reescrito)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

E ele seguiu a estranha recomendação do psiquiatra.
Faz um pequeno diário sobre os acontecimentos da semana, juntou fotos importantes para ele e pequenos objetos relacionados à sua vida. Saiu de casa até confiante, ligou sua picape e foi até o consultório.
Passou algum tempo na sala de espera, lendo revistas Veja do ano anterior.
Foi chamado até a sala do psiquiatra.
Perguntou a ele:
-E então doutor, trouxe as coisas, o senhor disse que hoje ue deveria trazer as coisas de sua lista, e também que hoje receberia o meu diagnótico.
-Sem meias palavras, o senhor tem um trauma de guerra.
-Mas doutor, eu nunca estive em uma guerra, o mais próximo que eu cheguei de uma foi jogar Battlefield!
O doutor suspirou, pegou a pequena caixa, tirou de lá algumas folhas, que leu rapidamente, franzindo a testa.
Retirou de lá umas três fotos, olhou bem, e mostrou a ele.
Retirou um velho chaveiro e um brinquedo velho, que colocou sobre a mesa, com um gesto amplo.
Deu o seu pequeno diário sobre a semana anterior para que lesse.
Disse, logo depois:
-Olha bem isso, a sua vida. Sua vida é uma eterna guerra entre o que você quer e o que esperam de você, entre os seus desejos e suas frustrações, entre a realidade e o que você imaginou que aconteceria. Uma guerra entre você e você mesmo. Entre seus sonhos e seus medos. Você e suas inseguranças, sua falta de coragem.
O doutor suspirou, olhou bem para seu paciente, nos olhos.
Suspirou.
-E você não está vencendo, sabe?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

E aquela sensação de uma felicidade embriagada que não podia ser reprimida, a sensação de ter tanta energia que vai explodir se não liberá-la, a vontade de pular, de escalar as paredes, de correr mil quilômetros.
Se a energia naquele pequeno estúdio pudesse ser convertida em Watts, iluminaria uma cidade inteira facilmente.
E ao, meu lado, Júlio tocava sua guitarra com os dentes.
Eu olhei, enquanto tocava o meu baixo de segunda mão, para o Cido, sentado em sua bateria velha, espancando-a com suas baquetas de alumínio.
A expressão dele dizia tudo, assim como a do Júlio.
Nenhum de nós gostaria de estar em nenhum outro lugar, naquele momento.
Pode ser idiotice, pode ser apenas um devaneio adolescente, mas auqle era o meu sonho.
Olhei para os lados e não pude deixar de imaginar pessoas assistindo, muitas pessoas.
Talvez eu esteja errado, talvez esteja sendo egocêntrico, mas pra mim, aquela era, no momento, a melhor banda do mundo, e não havia nada que nos pudesse deter, além de nós mesmos.
Parecia, naqueele momento, que nenhum isolante seria capaz de parar a nossa voltagem.
E era a melhor sensação do mundo.




Cause It's a High Voltage, High, Voltage, Rock 'N Roll

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Primeiro, cercado de gente idiota, de genet que não sabe de nada, preso a elas por algumas convenções que sempre achei babacas, mas segui.
Vem de novo aquela mesma sensação de ser feito de uma substância diferente das pessoas que me cercam.
Não de todas as pessoas, mas de boa parte delas.
Não sei se melhor ou pior, apenas diferente.
Na minha opinião, melhor, mas é apenas o meu ego, e eu posso estar incrivelmente errado.
Ou apenas bêbado.