segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

E então, quando parou para pensar, viu que vagava mais por suas próprias lembranas que por aquelas ruas.
Não havia nada que pudesse fazer.
Aquelas ruas estavam fortemente relacionadas, em sua cabeça, com tudo que havia ocorrido ali.
Teve, por alguns momentos, raiva de si mesmo, parado sozinho naquela rua fria.
O vento ofrte castigava seu rosto, mas seu corpo se recusava a sair dali.
Ali havia sentido felicidade, tristeza, raiva e alívio.

Aquelas ruas eram, no fundo, parte dele.
E, por mais que tentasse, não conseguiria se livrar delas.

Não...
Era forte demais.
Por mais que soubesse que nã deveria estar ali, que aquilo lhe causava mal, não resistia.
Parecia, em sua mente confusa, um meio de fazer tudo voltar a ser como antes, quando tudo era bom, e o céu azul.

Parou em frente àquela velha casa.
Um carro, naquele momento, passava tocando aquela velha música.
Aquela velha pessoa passava, ao lado de uma nova.

E ele ficou livre para ter uma vida nova.
Do modo mais amargo.
Mas, sob todos os aspectos, livre.

O vento bateu novamente e seu rosto, e ele disse olá.
Mas aquilo soava como um adeus, em sua mente.
Deu novamente aquele sorriso triste, que era tão constante em sua vida.
Mas, esse sorriso voltou à alegria de tempos passados, quando trombou com uma mulher ao virar a esquina.
Era loira, tinha as maçãs do rosto salientes e um sorriso lindo.
Pediu desculpas, e a chamou para tomar um café.
Parecia ideal naquele dia frio.
Descobriu que ela gostava de Led Zeppelin e escrevia pequenas poesias que não mostrava para ninguém.
Contou a ela sobre seus planos.
E falou sobre sua vida.

Voltou para casa com um telefone, uma marca de batom em sua camisa e fé no mundo.

Não sei se essa fé no mundo durou uma semana, dois meses ou uma vida...
Se valeu a pena ou não.
Apenas era o que havia no momento.
E ele se agarrou a isso.
Não sabia se chegar às nuvens faria sua queda mais dolorosa, ou se, anos depois ainda estaria flutuando...
Mas achou que era inútil ter certeza.

Um comentário:

carinagabriele disse...

Nossa, que lindo!

Realmente, muitas vezes o desconhecido nos dá uma força inimaginável.

:*