quinta-feira, 17 de abril de 2008

Estavam sentados, lado a lado.
Na missa, na sala da casa dos pais dela, em alguma situação ligeiramente formal.
Seguravam as mãos um do outro.
Sentiam um prazer imenso em saber que seus joelhos se tocavam.
Assim como quando um dos dois ia dizer alguma coisa e gesticulava, tocando o outro “acidentalmente”.
Seus corpos se comportavam.
Mas os olhos...
Soltavam faíscas, e faziam promessas, quando olhavam um para o outro.
Olhares cúmplices, de quem comete um delicioso crime.
Sorrisos, um roçar de pés por baixo da mesa.
Como todas aquelas pessoas em volta eram dispensáveis...
Porque elas não desapareciam?
Eles eram o centro do universo, então, porque pessoas que os atrapalhavam continuavam lá?
Mas as pessoas não desapareceram, ao contrário da sensação de ser dono do mundo.
Essa desapareceu, e não se sabe para onde foi.

Ainda está sendo procurada, esperançosamente.
Será que alguém a trará de volta?

2 comentários:

Lucas Ferdinandi disse...

Esquece.

carinagabriele disse...

Confuso, mas gostei.
É a realidade, né?! O corpo pode até ser controlado, só que os sentimentos não. E os olhos, deixam eles transparecerem.

Beijo.