sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ele olhava para ela, todas as manhãs.
Enquanto ainda dormia, no momento em que acordava, quando se espreguiçava e lhe dizia “bom dia!”.
Era extraordinariamente linda, quando se arrumava, mas, pela manhã, tinha todo um encanto.
Quase qualquer mulher é capaz de parecer bonita, quando está arrumada, mas poucas podiam se dar ao luxo de serem tão lindas no momento em que acordavam.
A observava com completa atenção, querendo absorver cada detalhe, cada poro, seu cabelo e as curvas de seu corpo, cobertas por uma calça desbotada e uma velha camiseta do Led Zeppelin.
Havia alguma coisa inexplicável nela, algo impossível de definir, mas ainda sim presente.
Algo que fazia com que cada célula de sua pele parecesse necessitar se encontrar com as dela.
Ela não acreditaria se ele lhe dissesse, mas a amava justamente nas horas em que ela se achava menos desejável.
Gostaria de lhe dizer que parecia mais sexy com aquela roupa velha, larga e desbotada do que com quando tentava ser.
Era linda quando estava brava, quando estava triste, acima de tudo.
Ele admirava-a pelos detalhes, os maravilhosos detalhes.
Aquela pequena cicatriz, o modo como andava, sua voz.
O conjunto de uma pessoa nos atrai, mas as pequenas coisas nos apaixonam.
Era mais um desses casos.
Mais um em 4 bilhões, mas, para ele, único.
E, de certo modo, ele estava certo.

3 comentários:

carinagabriele disse...

"O conjunto de uma pessoa nos atrai, mas as pequenas coisas nos apaixonam."

Ótimo texto! Nem tenho o que acrescentar. Vc já disse tudo. Parabéns de novo!

Beijão.

Ana. disse...

inexplicavelmente encantador.
Já disse que admiro sua maneira de escrever, expressar.

Um beijo (:

Lucas Ferdinandi disse...
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