terça-feira, 26 de agosto de 2008

Um dos defeitos ou qualidades da vida é o fato de que, quando finalmente se chega ao final feliz, ele não é um final.
Aquela cena que pareceria tão bonita em um filme, com a câmera se afastando, é seguida, no dia seguinte, de discussões, um rompimento e um punhado de frustrações.
Os finais dos filmes só são bonitos porque os créditos aparecem na hora certa.
Romeu e Julieta são um símbolo de amor porque morreram cedo, e juntos.
Não se casaram, engordaram juntos, ou tiveram uma separação traumática e vergonhosa.
Morreram jovens e bonitos, acabaram na hora certa, sem que ele ficasse careca e ela roliça e irritada. Não tiveram tempo de provar ao outro que cometiam o pecado imperdoável de serem pessoas normais, que tinham sim, manias e defeitos, assim como o outro.
Não que tudo devesse simplesmente acabar, e concordo que se tudo fosse sempre da mesma maneira, a vida seria extremamente entediante. Não sei o que quero, exatamente. Mas a verdade é que sempre que algo parece bom demais para ser verdade, deixa de sê-lo logo. Alguém que muda de idéia, algo surpreendente que acontece e logo aquele mundinho maravilhoso vai por água abaixo, junto com seus planos.
Muitas vezes acaba sendo mais divertido fazer novos planos, se reinventar, pensar em coisas novas, assim como muitas vezes tudo muda para melhor, mas nada se mantém o mesmo.
Quando nos lembramos com saudade do passado, não significa necessariamente que a vida seja dura, ou tudo esteja, ruim, apenas não é mais feliz daquela mesma forma, não alcançamos a felicidade da mesma forma que antes, o que não tem nada a ver com sua intensidade.
Já houve tempos em que tive a vontade decadente de voltar ao passado e fazer tudo de novo, por mais que a felicidade estivesse bem debaixo do meu nariz.
Não que às vezes, antes de dormir, não bata aquela saudade de um dia específico, geralmente o mesmo, mas a vida anda muito boa, e os planos muito grandiosos para que eu me colocasse seis meses mais distante de sua realização, não me reúno debaixo de uma árvore para conversar com as mesmas pessoas, não mato mais aulas naquele mesmo lugar, não espero mais alguém na esquina de um colégio, mas faço muitas novas coisas que fariam meus olhos brilharem há um ano. Não tenho, em quase todos os aspectos, do que reclamar.
A vida é curta, afinal, e não se sairá vivo dela, então, porque você está perdendo seu tempo lendo um blog?
Saia por aí e faça o que quiser.
Sugiro começar chamando seus amigos para sua casa, comer alguma coisa, beber e se lembrar de coisas engraçadas e se sentir feliz por estar cercado pelas pessoas que te divertem.
Saia por aí, aperte campainhas e corra, dê o primeiro com alguém que o atrai, faça algo sem vergonha dos outros, mas de preferência que não vá contra o pudor público.
Viva!



-Quem é você?
-Eu sou você, daqui a alguns meses.
-E aí, fazendo o que de bom?
-Eu tenho uma banda, cara!
-Sério?
-Sério. E aproveite agora, você tem meses incríveis pela frente.
Terceira voz diz:
-Você também.

Um comentário:

carinagabriele disse...

Adorei!
E é aquele negócio, né.. 'permanente na vida, só mudança!'.
Só que a gente tem que aprender a conciliar as mudanças com o que/quem no faz bem, nós amamos, queremos perto..
E saber também que não só nós, mas também os outros passam por mudanças.

Beijo.