sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

E ele seguiu a estranha recomendação do psiquiatra.
Faz um pequeno diário sobre os acontecimentos da semana, juntou fotos importantes para ele e pequenos objetos relacionados à sua vida. Saiu de casa até confiante, ligou sua picape e foi até o consultório.
Passou algum tempo na sala de espera, lendo revistas Veja do ano anterior.
Foi chamado até a sala do psiquiatra.
Perguntou a ele:
-E então doutor, trouxe as coisas, o senhor disse que hoje ue deveria trazer as coisas de sua lista, e também que hoje receberia o meu diagnótico.
-Sem meias palavras, o senhor tem um trauma de guerra.
-Mas doutor, eu nunca estive em uma guerra, o mais próximo que eu cheguei de uma foi jogar Battlefield!
O doutor suspirou, pegou a pequena caixa, tirou de lá algumas folhas, que leu rapidamente, franzindo a testa.
Retirou de lá umas três fotos, olhou bem, e mostrou a ele.
Retirou um velho chaveiro e um brinquedo velho, que colocou sobre a mesa, com um gesto amplo.
Deu o seu pequeno diário sobre a semana anterior para que lesse.
Disse, logo depois:
-Olha bem isso, a sua vida. Sua vida é uma eterna guerra entre o que você quer e o que esperam de você, entre os seus desejos e suas frustrações, entre a realidade e o que você imaginou que aconteceria. Uma guerra entre você e você mesmo. Entre seus sonhos e seus medos. Você e suas inseguranças, sua falta de coragem.
O doutor suspirou, olhou bem para seu paciente, nos olhos.
Suspirou.
-E você não está vencendo, sabe?

Um comentário:

Carina Gabriele. disse...

Queremos nos satisfazer e ao mesmo tempo, satisfazer o próximo.. nem sempre isso é possível. E, talvez, vivamos num eterno conflito interior por isso!